domingo, 26 de junho de 2011

Breves Considerações Sobre Vida

Vida não tem definição única. Vida não tem parâmetro fixo e comprovado de identificação. Vida não é o que dizemos que é, e o sabemos, pois o dizemos, antes de tudo, que o que dizemos que é é somente o simbólico para que possamos ter um esquema bruto do que é vida.


A vida se esforça para sobreviver. Ela se transforma nas formas de vida e, moldada pela seleção natural, transmuta-se nas melhores carruagens para ela mesma, a vida. Como se todos nós seres vivos fôssemos corredores, levando adiante uma tocha. Essa tocha... essa chama... essa é a Vida.

De um certo aspecto, a vida usa os seres vivos, como um parasita que força as formas de vida a gerarem novos portadores dela mesma. Quando a forma de vida não pode sobreviver, ela já não é mais apta como um carregador de vida. Mas a Vida se manifesta de diversas formas... muitos somos os que carregam a chama. Incontáveis. E maravilhosos.

O respeito pela vida é, de certa forma, inerente. A maioria dos animais geralmente não mata com intuitos distantes do de suprir sua própria necessidade de viver. A maioria dos seres vivos mata para não morrer. Dessa maneira, a chama da vida nos une irmãmente, todos os seres vivos do planeta Terra juntos. Partilhando o mesmo modo de ser, o mesmo modo de carregar a vida, nos nossos genes.

Mas não somos, tampouco, somente os invólucros da vida. Somos tão magníficos como ela, no nosso próprio modo. Sentimos... olhamos as estrelas, sem que isso tenha qualquer aplicação com a necessidade de carregar a vida. Uivamos para a lua. Cantamos canções mesmo fora das temporadas de acasalamento. Construímos espaçonaves e microchips. Somos leões reforçando nossa supremacia. Somos hienas nos opondo. Somos mosquitos coletando sangue para nutrir nossos jovens, enquanto displiscentemente distribuímos aqueles de nós que são tão simples que não podem sobreviver sós. Somos os que construímos reatores nucleares. Somos os de carapaça marrom e uma estranha resistência a radioatividade.

Vivemos por uma rainha. Caçamos juntos como irmãos na tundra. Nascemos no azul do oceano, vivendo tão sós que nossos próprios genitores passam a ser nossos predadores tão logo nascemos. Crescemos juntos com outras espécies, caçando por outros, protegendo-os. Vivemos da noite, andando nas sombras da madrugada. Sorvemos nossa energia dos raios quentes do Sol, mesmo que não possamos entender o que é raio, quente ou Sol. Crescemos na sombra das pedras úmidas. Lutamos para existir nas escaldantes areias do deserto.

Voamos sobre o topo da montanha mais alta. Existimos na mais escura cratera do ponto mais fundo do mar. Estapeamos irmãos, devoramos proles, lutamos com garras e dentes para proteger àqueles que amamos. Passamos fome, frio, medo, alegria, solidão, excitamento.

Somos tantos e, a cada unidade de tempo gasto no intento de nos entendermos podemos ver como são claras as nossas semelhanças. Somos sim os carregadores da chama da vida, porque para que pudésse-mos carregar coisa tão especial, tão singular nesse universo, igualmente devemos ser incríveis, galacticamente especiais.

Cometemos muitos erros... Rimos da morte de nós mesmos. Causamos dor e sofrimento pela nossa simples existência.

Ainda assim, somos mais nobres do que os deuses que criamos. Brilhamos mais que sóis. Somos parte de uma rede tão grande quanto o planeta em que existimos.

Somos a Vida... a Vida não está em nós, ela nos É. Somos mais do que as magníficas estrelas surgindo nos pulsos das nebulosas. Somos Vida. Pense em nós. Não nos esqueça...

Deste lado do Universo... somos das coisas mais lindas e especiais que você poderá encontrar!

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