No entanto, como é o primeiro, tudo que eu gostaria de falar é tudo que eu tenho para falar. Entre todos os assuntos, e sobre os quais se torna difícil escolher um em especial, alguns surgiram de experiências recentes. Gostaria de talvez discursar sobre o cinema de comédia italiana do século passado, que ultimamente tem me garantido muitas risadas em nome de Bruno Bozzeto e Mario Monicelli. Ou então gostaria de falar sobre algumas experiências psicodélicas, muito maracadas também por uma recém aproximação de Pink Floyd. Ou então gostaria de falar sobre aspectos relativos ao sexo, pois que, também recentemente, meus conceitos sobre seus impactos e seus significados mudaram bastante (em especial, escrevo como nota à mim mesmo a necessidade de discursar, mais no futuro, sobre a apaixonante figura feminina).
No entanto, para o momento, o mais justo que encontrei para apresentar é exatamente a grande capacidade de nós, seres humanos, elaborarmos sempre mais e mais sobre assuntos quais investimos tempo e atenção. Vejam, tão logo começo falando sobre posts passei por cinema italiano de época para então Pink Floyd e depois sexo. Nenhum destes assuntos foram amplamente discutidos por mim agora, mas os cérebros daqueles que o leram já processaram a informação e trouxeram das gavetas da memória suas próprias experiências sobre o assunto. E sempre aprendemos com os outros, o que é brilhante. Lembro-me de ter lido em algum lugar que escrever da forma como escrevo aqui, linha atrás de linha sobre algo altamente subjetivo, é maçante, então colocarei uma figura no corpo de texto para amenizar o stress.
Hehehe. Bom, até que esta figura simboliza o que eu quis dizer. Claro, porque não bater um papo com a estátua? Até aí, cada um tem seus motivos para fazê-lo ou não fazê-lo, e eles podem variar tão imensamente quanto um ser humano pode ser diferente de outro. Você pode estar bêbado para fazê-lo, ou sóbrio para não... ou vice-versa. Pode estar com amigos e tirar onda em uma foto como essa ou você pode ver alguém fazendo isso e recriminar tal atitude por achar ser uma estupidez (ou estar vendo e tirar uma foto para tirar onda com quem falava com a estátua).
O grande ponto é: Muitas pessoas jamais questionaram suas opiniões de que conversar com a estátua é absurdo. É fácil de ver, realmente, uma conversa com uma estátua é logicamente difícil de compreender. Mas é socialmente aceito que se medite, no entanto. Porque aceitamos que alguém fique em silêncio em introversão e não entendemos bem quando alguém, também em introversão, fala com uma estátua?
Quantas das pessoas que viram tal foto (com certeza muitas mais do que leram este post) realmente pararam para pensar: "Pô, mas e se for legal?". Eu não sei a resposta para essa pergunta, mas desejaria que muitas pessoas o tenham feito, mesmo que seja uma reflexão que apenas reforce a opinião de que é algo estúpido. Pessoalmente, acho isso válido, pois que aí usamos uma de nossas maiores capacidades: a de elaborar mais e mais o pensamento sobre algo ao usar o velho e precioso termo: "E se...?"
Pense em algo que recrimina (sim, você sabe de algo, todos recriminamos coisas). Agora pare e pense, realmente, se algum dia você dispendeu energia e tempo consideravelmente satisfatórios para ter feito uma avaliação com uma boa base. Daí, para cada um pode ser que sim, pode ser que não. Mas em alguma questão o fazemos. Podemos ter tanta certeza de algo que estudamos anos e anos e cuja base em nossas concepções é tão sólida quanto podemos encontrar algo novo nas ruas e antes mesmos de considerar se é interessante ou não já o damos por errado ou inadequado... e pronto.
Não digo para nos crucificarmos por fazer tal coisa. Não é nem errado, por assim dizer, para receber punição. Mas que maravilhoso exercício é o de questionar e saber mais e mais, mesmo que ao final o veredito seja o mesmo do que no início.
Esse é o ponto deste blog, que talvez não tenha sido bem abordado no primeiro post. Você pode ter lido estes dois textos e ter achado os dois extremamente desagradáveis. Talvez por isso decida nunca mais voltar. Mas se você continuar a ler o que é escrito, pode se surpreender. Pode começar a gostar de fazer dos questionamentos um hábito. Ou pode ler mais 10 posts aqui escritos e achar os textos mais babacas ainda. Mas então enfim saberá de algo a mais nesse mundo, no caso, algo do qual não gosta.
Vamos experimentar mais, ver mais, questionar mais. E se não gostarmos, tentar descobrir por que não, ou se gostarmos, tentar descobrir mais e mais e extrair mais diversão e interesse. É sempre fácil dizer não e ir embora, geralmente resolve os problemas, mas faz com que você perca a chance de aprender algo que gosta ou aprender a construir argumentos para dizer o porquê não gosta.
De fato, é mais difícil entrar por portas que não parecem do tamanho certo. Mas pode ser infinitamente prazeiroso, o mundo por trás de tais portas (ou tão desagradável que faça com que você dê mais valor ao que acha bom).
Se o lado de lá (morte), independente de religião ou crença, sabemos que não é igual ao daqui, porque não sempre ir atrás de algo que nos possa dar alegria enquanto vivos? É o sentido mais plausível da existência, ao meu ver, minha opinião pessoal
3 comentários:
grande pedro e suas sábias palavras ; teremos muito o que conversar, haha
Oi, Pê
Há não muito tempo, assiti um programa na tv, onde o assunto era "falar sozinho(ou pensar em voz alta)". Entrevistaram algumas pessoas na Av. Paulista que passavam claramente "conversando" sozinhas.
Uma delas disse ao repórter: "É muito bom fazer isso sim, por que a gente sempre pode trocar umas idéias sobre o assunto e ouvir outra opinião"....... :-(
Rs.
Beijo
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