quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sem Nome #2



Enquanto vago sozinho,
Desejando o barulho,
Esse rotineiro destruidor da solidão,
Descubro que é sempre a noite
Aquela que faz os solitários bem vindos,

Onde o silêncio traz à tona todos os sons,
Onde a escuridão traz à mente todas as cores,
Onde a imaginação pinta quadros de medos e dores,
Onde lágrimas e sorrisos não podem ser vistos,

Na noite não se vêem os trapos e jóias,
E o rufar angustiante das paranóias,
No silêncio onde os pensamentos tem ecos,
Vai enfraquecendo pouco a pouco,
Vou sacando, de tecos em tecos,
O que me faz são e o que me faz louco,

Temores sempre vêm... creio que sempre virão,
Desato os nozes de insatisfação,
Planificando o que não tem nem dimensão,
E me assombro com a eficiência segura
Com qual minha mente escreve em refrão:
Providência, motivo, causa e razão,
De coisas que pensava sequer compreender,

Alegria e tristeza que durem pra sempre..
Não têm...
E nos tempos tristes e sós que vão e que vêm,
Continuarei um bem-vindo na terra de ninguém,

Na noite...