UMA VIAGEM AO CENTRO DA ESTRELA
Olá, meus queridos leitores. É isto mesmo que o prefácio os indica, hoje viajaremos na maionese, e percorreremos um resumo (que, por mais intrigante que seja, se comparado a grandiosidade do assunto, é extremamente vagabundo) do intrigante tempo de vida de uma estrela, bem como algumas de suas características. Vai ser uma viagem longa, bem longa, então aconse-lho-os a munirem-se de comes e bebes, prepararem o cérebro (e excitarem-lhe de acordo), escolherem trilha sonora adequada e ajeitarem-se confortavelmente, pois os levarei para os confins do universo (é bom estar preparado/a). Tentarei expressar-me de maneira informal, mas um certo conhecimento científico também será expresso. No entanto, não se assuste, não é nada de outro mundo (... força de expressão). Prontos? Destravem os cintos de segurança de suas consciências pois partiremos em breve. A todos, desejo uma galacticamente excelente viagem. Vamos lá...
Para os experts: Esta NÃO é uma viagem científica, é uma viagem maionesística. Perdão se cometerei erros de interpretação científica e se falarei besteiras físicas de doer o estômago, tanto por querer facilitar o tópico ou por ser burro mesmo. Tentarei ao máximo manter meu comprometimento com os padrões acadêmicos, contanto que estes não entrem em atrito com os padrões de entretenimento popular.
Introdução à estrela do espetáculo: A ESTRELA
Estrela, do latim Stella, é uma forma recorrente de organização da matéria no universo. A estrela que você conhece melhor, e não haveria de ser de outra forma, é esta:
Sol, visto de um dos astros que o orbita, a Terra |
Sol, fonte de energia infinita (virtualmente falando) para os seres vivos do planeta Terra, embora o termo vida seja por si só uma outra viagem surpreendente. A estrela é, por definição informal, uma esfera de plasma na maior parte de sua "vida". Plasma é um estado da matéria cuja definição não cabe aqui, por ser muito complexa, mas seria válido associar com chama. Para entendimento leigo, seria válido dizer que Plasma é quando amatéria está em formato de chama. Para as análises de astros que seguirão, usaremos o Sol como fonte de exemplos e comparações, na maioria das vezes. Vivemos em um planeta (palavra vinda do grego, significando "Caminhante"), cuja breve e incompleta definição é: um astro leve/pequeno demais para gerar fusão termonuclear (explicaremos adiante), contrário das estrelas. Planetas orbitam as estrelas, e tem forma redonda advinda de sua gravidade. Você pode ter uma idéia do que é grande e não é vendo a imagem abaixo:
Estrelas e a Fusão Termonuclear
Toda a matéria é feita de átomos, pequenas partes que, respondendo a configurações diferentes de prótons e elétrons (as partezinhas do átomo) contém diferentes características entre si (reconhecemos uma centena e algo mais de átomos na nossa ciência humana). Embora pequeninas, quando seus núcleos são quebrados (fissão) ou fundidos (fusão), geram quantidades enormes de energia. A bomba nuclear é energia advinda de fissão nuclear. As estrelas produzem em seu centro (e nas bordas, em algumas ocasiões) fusão, gerando muito mais energia que na fissão. Assim também funciona o Sol. Há muito mais por trás disto, mas estas linhas servem muito bem ao nosso propósito de visualização básica (beeeem básica).
Mas para que este processo ocorra, antes, muito antes, vem a formação da estrela. E antes da estrela, nós temos... A Nebulosa
O Pátio Cósmico: A Nebulosa
No universo existe a matéria, o vácuo e a energia (mas existem mais coisas diferentes também, viu?!). No espaço entre estrelas em uma mesma galáxia, há o "meio interestelar" (em tempo, a galáxia é uma aglomeração de estrelas, planetas, nebulosas, outros astros e outras formações cósmicas. A galáxia em que vivemos chama-se Via Láctea). Nele, o meio interestelar, está contida matéria, na maior parte em forma de gás e poeira, na qual os átomos flutuam sozinhos ou em moléculas (conjuntos de átomos). Como característica natural da matéria, todos os átomos produzem uma força chamada gravidade, que atrai matéria ao redor de si, para si. Quando esta matéria se junta em proporções colossais, daí então temos elas, as nebulosas:
Ao tempo em que esta postagem foi feita, o plano de fundo do blog era uma imagem da Nebulosa de Orion, a nebulosa mais próxima do sistema solar (estrela Sol e astros orbitantes). Nebulosas (do latim, "nuvem") são enormes aglomerados de matéria, mais precisamente de gás e poeira cósmicos, com alcance enorme e mais densas que o meio interestelar. Nelas estão pautadas a formação dos astros. A nossa viagem pela Estrela propriamente dita, começa aqui, na evolução da Nebulosa, a "Nuvem Molecular".
O Berçário de Estrelas: A Nuvem Molecular
Nos centros de maior aglomeração de massa, formam-se as nuvens moleculares. Uma densa formação de gás, em especial hidrogênio, compactada pela própria força gravitacional dos átomos e moléculas, começa a diferenciar-se da nebulosa. Abaixo pode-se constatar como esta mudança drástica é visualmente perceptível. Daí advém a formação dos astros, das primeiras aglomerações efetivas de matéria, e de suas reações subsequentes. Estas nuvens moleculares, embora não usualmente chamadas assim, também são conhecida como "Berçários de Estrelas" (que, embora não necessária à ciência, é extremamente importante para nós, na nossa intenção de nos deliciar com as surpresas galácticas).
Berçário de Estrelas (Nuvem molecular, advinda da Grande Nebulosa em Carina, acima) |
Nebulosa da Águia (Nome da foto: Pilares da Criação (os "pilares" são berçários de estrelas)) |
Reunidos do meio interestelar, estes átomos e moléculas estão prontos para gerar as estrelas. Mas daí a dizer que pó e gás, por mais galácticos que sejam, gerarão estrelas. Bom, teremos que ir mais a fundo. Enfim chegamos:
O Embrião Estelar: A Protoestrela
Compressão inimaginável. É o que sofre o gás e pó dentro das nuvens moleculares. E os elementos ao redor continuam sendo puxados, expremendo-se em direção ao centro da nuvem, comprimindo-se mais e mais... até que... COLAPSO!
O tamanho e massa da aglomeração já são tão grandes que a força gravitacional já não pode suportá-los. Esparramando-se pelo espaço cósmico a matéria, de fato, esparrama-se, na medida em que o conjunto de massa dispende energia no intento de reaver seu equilíbrio gravitacional. Formam-se glóbulos individuais de gás e poeira, extremamente densos e quentes. Em uma intensa contenda física, os glóbulos sofrem o impacto da luta entre a gravidade e a pressão interna de seu núcleo, até atingirem um equilíbrio físico espantoso, o equilíbrio hidrostático. A gravidade impede que a pressão por causa da densidade e calor esparramem a matéria pelo cosmo... a pressão impede que a gravidade comprima a matéria como ocorreu na nuvem molecular. A protoestrela forma um núcleo:
Assim também foi com a formação do sistema Solar. O Sol, formado da Nebulosa Solar, e da nuvem molecular que se seguiu, foi o primeiro dos astros na área, enquanto seus orbitantes: planetas, asteróides, cometas e outros formaram-se da substância esparramada da formação da protoestrela solar, o Proto-Sol.
Da formação da protoestrela, uma nova existência iria logo ganhar forma. A estrela.
Ascenção dos Astros Gigantes: Sequência Principal Estelar
Agora como um astro esférico consolidado, a estrela entra na sua fase de sequência principal, onde passará a maior parte de sua existência. No núcleo estelar, átomos de Hidrogênio são fundidos entre si, gerando átomos de Hélio, com tamanho nuclear duas vezes maior (embora ainda seja o segundo menor átomo no universo). Destas fusões quantidades colossais de energia são criadas. O Sol, por exemplo, consome cerca de 620 milhões de toneladas de Hidrogênio na fusão para obtenção de átomos de Hélio, desde que entrou na sua sequência principal, há cerca de 4,6 bilhões de anos atrás. Ao consumir sempre a mesma taxa, no entanto, a estrela aumenta em brilho e temperatura, na medida em que continua fundindo Hidrogênio. Estima-se que o sol tenha ficado 40% mais brilhante desde que começou sua sequência principal.
No entanto, aqui há uma diferença. Estrelas de massa maior do que um Sol e meio (medida de massa estelar = Massa Solar (1 unidade = Massa da estrela Sol = 1.98892×1030 kg) fundem átomos mais pesados em seu interior, como Carbono, Nitrogênio e Oxigênio. Isto terá um impacto relevante em qual rápido atingirão o fim de sua sequência principal e o que se tornarão ao findarem material para fusão.
Senescência Estelar: Quando as Anãs viram Gigantes
O hidrogênio acabou. O que acontecerá com uma estrela quando acontece este momento? Existem três questionamentos, para estrelas de pequeno, médio ou grande porte.
Para estrelas pequenas... bom... não o sabemos, mas não pelo fato de não termos os meios necessários para precisar tal fato. Dá-se que o tempo de sequência principal de estrelas de massa pequena é muito longo, podendo beirar, por estimativas, de muitos bilhões a poucos trilhões de anos, o que, no caso, é muito mais do que o tempo de existência deste universo, que acreditamos ser 13,7 bilhões de anos. Se não o sabemos, é porque tal fato nunca ocorreu ainda.
No entanto, estrelas de médio porte, como o Sol, podem começar a fusionar então os átomos de Hélio, ou então cessar a fusão para preservar o equilíbrio hidrostático (caso energia e força gravitacional sejam equivalentes em estado estagnado). De qualquer forma, as camadas exteriores se expandiram enormemente, adquirindo, neste processo, uma cor avermelhada. Estas estrelas, antes as Anãs Vermelhas, agora se tornam Gigantes Vermelhas.
Quando a estrela tem uma massa superior à 9 massas solares, ela se torna uma Supergigante Vermelha. Seguidamente à fusão de hélio, o núcleo estelar tem tanta energia que começa a fusionar elementos mais e mais pesados, passando para Carbono, Oxigênio, Neônio, Silício e outros. Do núcleo para as camadas mais externas, os átomos são fundidos na sequência atômica do mais leve para o mais pesado. Isto ocorre até a fusão de átomos de Ferro. O Ferro é o átomo com o núcleo mais compacto possível. Portanto, não se pode fundir (atômicamente) Ferro. Da mesma maneira, como é mais compacto que qualquer outro elemento, não se pode obter uma fissão dele. Nos núcleos das supergigantes relativamente velhas, muito grandes, se forma um enorme núcleo não reativo de Ferro.
Quando as estrelas se findam de materiais para fusão, como reagirão? O que acontecerá quando à uma estrela, ja não houver mais possibilidades de ser estrela?
Lendas Cósmicas: Anãs Brancas e Supernovas
Como dito, ainda não podemos saber o que ocorre com estrelas de massa pequena ao extinguirem seu hidrogênio... nenhuma ainda o fez. No entanto, Anãs Vermelhas e Super Gigantes enveredam para fins, embora diferentes, similarmente incríveis.
As Anãs Vermelhas (agora Gigantes Vermelhas) agora começam a perder suas camadas exteriores, gerando uma Nebulosa delas mesmas, de pó e gases, como no princípio. Esta forma se chama Nebulosa Planetária. No centro desta nebulosa, encontrar-se-á uma Anã Branca, o núcleo da Anã Vermelha que fora anteriormente.
Para as estrelas de massa grande, a história é totalmente diferente. O núcleo de ferro das Supergigantes vai se tornando tão grande, já que não pode mais fusionar ou fissionar, que suas medidas colossais ultrapassam a força gravitacional os mantendo juntos... e então... ele explode.
A radiação expelida pela supernova é tamanha que, brevemente, a luz produzida desta radiação pode eclipsar as luzes de sua galáxia inteira. Neste breve período de tempo, algumas supernovas podem irradiar a quantidade de energia esperada que o Sol irradie durante toda sua existência. O material explodido forma uma nuvem de pó e gás presentes ao redor, no meio interestelar.
No entanto, mesmo apesar de um fim tão drástico como na Supernova, ou de uma forma relativamente estática como na Anã Branca, nada realmente é muito definitivo neste universo onde é a ordem que luta desesperadamente para acalmar o Caos. Mesmo o que parece o fim, pode se desencadear em mais facetas do desconhecido.
Estados do Fim do Tempo: Novas, Anãs Negras, Estrelas de Neutrons, e Buracos Negros
Mesmo no fim de alguns processos, como a explosão da Supernova e a estabilização da Anã Branca, o Universo continua a mutar seus componentes.
As Anãs Brancas, agora objetos estáveis, estão sujeitas à interferências de corpos celestes próximos, como Anãs e Gigantes Vermelhas. Pode ocorrer, por vezes, doação de hidrogênio de uma destas para uma Anã Branca, quando próximas o suficiente. Se lembrarmos, as Anãs Brancas são estrelas que já esgotaram seus estoques de Hidrogênio. Quando o Hidrogênio é readquirido, reações de fusão podem acontecer na superfícia da Anã Branca. São as Novas.
Para as Anãs Brancas que assim são por muito tempo, algumas situações hipotéticas são imagináveis. Entre elas, há a situação de se tornar uma Anã Negra, onde se tornará tão opaca e inerte que já não produzirá luz. Por fatores de tempo estimado para tal acontecimento, ainda não é possível que tal fato tenha acontecido no universo ainda.
No entanto, supernovas geralmente deixam resquícios do que anteriormente foram, e estes tornam-se acontecimentos surpreendentes, como Estrelas de Neutrons e Buracos Negros.
Quando uma supernova deixa um corpo com massa relativamente baixa, provavelmente se tornará uma estrela de neutrons. Nesta estrela, os eletrons (partes negativas do átomo) se agregam aos protons (partes positivas do átomo), formando partículas um pouco mais pesadas que protons e eletricamente neutras, os neutrons.
No entanto, se a massa do objeto resultante da Supernova for grande o suficiente, sua densidade pode ser tão grande, mas tão grande, que a física universal pode não dispor de mecanismos para equivaler as forças. Neste ponto, o espaço-tempo quebra. Como um ralo em uma pia, mas de fato, uma rachadura na realidade, de onde não há volta, nem mesmo para a luz (por isso denominado "buraco negro", pois nem luz que é absorvida pode ser transmitida de volta). Isto pode não soar estranho, mas significa que a gravidade do buraco negro influencia diretamente na luz, o que não acontece na física do universo conhecido.
Dentro do buraco negro, informação não pode ser mantida, do ponto de vista do universo. Não sabemos, atualmente, qual é a física que impera no interior da estrutura. Uma continuação muito estranha, do que um dia foi a própria personificação da matéria.
Pequenas outras imagens de viagem do universo:
Um novo tipo de explosão estelar foi descoberto, faz pouco tempo, que se referia ao encontro de duas estrelas... era a Nova Vermelha Luminosa.
Em 2007, um cometa atravessou os céus do sistema solar e se tornou visível po um curto período de tempo para quem observava o céu no hemisfério sul do planeta Terra. Pela trajetória, estima-se que este cometa, o Cometa McNaught, deixará o sistema solar e nunca mais será visto daqui.
Anéis Planetários, como os Anéis de Saturno, são formações de gelo e pó, que circundam certos astros presos por força gravitacional. Sempre se acreditou que anéis planetários se dissipassem rapidamente (para padrões galácticos), mas hoje se tem evidências de que podem ser muito antigos, como os de Saturno, que hoje supõe-se terem sido formados logo nos primórdios do sistema solar.
Obrigado por voar com nossas Linhas Espaciais
Travem os cintos de segurança de seus cérebros novamente, pois estamos pousando. Enquanto esperamos a aterrisagem, uma palavra para créditos, menções e considerações.
Ufa, a vocês que acompanharam todo o trajeto, obrigado pela paciência, imagino que deva ser bem difícil e cansativa a viagem, mas espero que tenham aproveitado bastante (de fato, fazê-lo foi extremamente cansativo, mas muitas vezes mais prazeiroso). Algumas consideraçõe cabem:
Ao Universo:
O universo é muito mais do que todos nós seres humanos juntos poderemos caracterizar. Este texto é apenas uma tentativa de mostrar de relance quão maravilhoso ele é. As informações contidas aqui podem não ser verdadeiras, tanto pela ciência que ainda tem muitas coisas para descobrir tanto como por mim, que durante minha pesquisa posso ter sido burro e não entendido uma porção de coisas. Por isso, eu me desculpo.
Aos detentores dos direitos das imagens:
Ao final do post seguirão links interessantes sobre onde conseguir mais informações. Eu acredito realmente estar quebrando um ou mais direitos de distribuição de fotos aqui. Para os verdadeiros donos das imagens, antes de me processar, venha falar comigo, para que possamos trocar as imagens ou então creditá-las para que talvez possam entreter algumas mentes em busca do cosmos. A maioria das fotos é propriedade da NASA, National Geographic e Comissão de Controle do Hubble. Links lá embaixo. Ah... e muito obrigado.
Aos acadêmicos:
Ó, informação aqui pode ter sido ocultada, mudada, inventada ou mal interpretada, intencionalmente ou não. Se quiser vir encher o saco, sinta-se a vontade, mas lembre-se de que o fim desta publicação não é científico.
Aos leitores do blog:
Desculpem o tamanho e a confusão do post, é porque falar sobre o universo e ser rápido e sucinto é difícil pacas. Espero que gostem.
Um recado dos nossos patrocinadores:
A pesquisa das informações foi feita por mim em sites em inglês. Não mentirei quando disser: a base da minha pesquisa foi a wikipedia em inglês. Abaixo estão alguns links para lugares onde você pode obter mais informações cósmicas:
Estrela - Wikipedia (inglês) Esta foi a espinha dorsal da minha pesquisa. Na barra da esquerda você acha para outras línguas. Entre outras páginas da Wikipedia, você pode procurar: Black Holes, Stellar Black Holes, Supernova, Red Giant, White Dwarf, entre outras.
NASA (inglês) Eu sei que está em inglês, mas este site é indispensável se você quiser saber mais sobre o universo. Muitas imagens e wallpapers em alta qualidade para baixar e informações extremamente interessantes. Vale a pena aprender inglês só pra entrar neste site.
Telescópio Hubble (inglês) Sente-se e explore muitas e muitas fotos do universo. Só cuidado para não ficar muito entretido e morrer de inanição. Site incrível, você precisa dar uma olhada.
Discovery Channel Brasil - Universo Em português, corre atrás, vai lá. National Geographic também tem alguma coisa.
Google Se não tem no Google, não existe. Meta as caras.
Se você tiver uma outra boa sugestão, compartilhe, ficarei feliz em postá-la aqui.
Bom, então é isso...
Espero que tenham curtido,
Até a próxima
Concepção artística da nebulosa solar, após a formação da protoestrela |
Da formação da protoestrela, uma nova existência iria logo ganhar forma. A estrela.
Ascenção dos Astros Gigantes: Sequência Principal Estelar
Agora como um astro esférico consolidado, a estrela entra na sua fase de sequência principal, onde passará a maior parte de sua existência. No núcleo estelar, átomos de Hidrogênio são fundidos entre si, gerando átomos de Hélio, com tamanho nuclear duas vezes maior (embora ainda seja o segundo menor átomo no universo). Destas fusões quantidades colossais de energia são criadas. O Sol, por exemplo, consome cerca de 620 milhões de toneladas de Hidrogênio na fusão para obtenção de átomos de Hélio, desde que entrou na sua sequência principal, há cerca de 4,6 bilhões de anos atrás. Ao consumir sempre a mesma taxa, no entanto, a estrela aumenta em brilho e temperatura, na medida em que continua fundindo Hidrogênio. Estima-se que o sol tenha ficado 40% mais brilhante desde que começou sua sequência principal.
No entanto, aqui há uma diferença. Estrelas de massa maior do que um Sol e meio (medida de massa estelar = Massa Solar (1 unidade = Massa da estrela Sol = 1.98892×1030 kg) fundem átomos mais pesados em seu interior, como Carbono, Nitrogênio e Oxigênio. Isto terá um impacto relevante em qual rápido atingirão o fim de sua sequência principal e o que se tornarão ao findarem material para fusão.
Sol, estrela ainda no segundo para terceiro quarto de sequência principal |
Senescência Estelar: Quando as Anãs viram Gigantes
O hidrogênio acabou. O que acontecerá com uma estrela quando acontece este momento? Existem três questionamentos, para estrelas de pequeno, médio ou grande porte.
Para estrelas pequenas... bom... não o sabemos, mas não pelo fato de não termos os meios necessários para precisar tal fato. Dá-se que o tempo de sequência principal de estrelas de massa pequena é muito longo, podendo beirar, por estimativas, de muitos bilhões a poucos trilhões de anos, o que, no caso, é muito mais do que o tempo de existência deste universo, que acreditamos ser 13,7 bilhões de anos. Se não o sabemos, é porque tal fato nunca ocorreu ainda.
No entanto, estrelas de médio porte, como o Sol, podem começar a fusionar então os átomos de Hélio, ou então cessar a fusão para preservar o equilíbrio hidrostático (caso energia e força gravitacional sejam equivalentes em estado estagnado). De qualquer forma, as camadas exteriores se expandiram enormemente, adquirindo, neste processo, uma cor avermelhada. Estas estrelas, antes as Anãs Vermelhas, agora se tornam Gigantes Vermelhas.
Quando a estrela tem uma massa superior à 9 massas solares, ela se torna uma Supergigante Vermelha. Seguidamente à fusão de hélio, o núcleo estelar tem tanta energia que começa a fusionar elementos mais e mais pesados, passando para Carbono, Oxigênio, Neônio, Silício e outros. Do núcleo para as camadas mais externas, os átomos são fundidos na sequência atômica do mais leve para o mais pesado. Isto ocorre até a fusão de átomos de Ferro. O Ferro é o átomo com o núcleo mais compacto possível. Portanto, não se pode fundir (atômicamente) Ferro. Da mesma maneira, como é mais compacto que qualquer outro elemento, não se pode obter uma fissão dele. Nos núcleos das supergigantes relativamente velhas, muito grandes, se forma um enorme núcleo não reativo de Ferro.
Quando as estrelas se findam de materiais para fusão, como reagirão? O que acontecerá quando à uma estrela, ja não houver mais possibilidades de ser estrela?
Lendas Cósmicas: Anãs Brancas e Supernovas
Como dito, ainda não podemos saber o que ocorre com estrelas de massa pequena ao extinguirem seu hidrogênio... nenhuma ainda o fez. No entanto, Anãs Vermelhas e Super Gigantes enveredam para fins, embora diferentes, similarmente incríveis.
As Anãs Vermelhas (agora Gigantes Vermelhas) agora começam a perder suas camadas exteriores, gerando uma Nebulosa delas mesmas, de pó e gases, como no princípio. Esta forma se chama Nebulosa Planetária. No centro desta nebulosa, encontrar-se-á uma Anã Branca, o núcleo da Anã Vermelha que fora anteriormente.
Nebulosa do Olho de Gato. Esta nebulosa planetária surgiu da formação de uma estrela como o Sol, e é o que provavelmente se sucederá com este. Ao centro, a Anã Branca |
Para as estrelas de massa grande, a história é totalmente diferente. O núcleo de ferro das Supergigantes vai se tornando tão grande, já que não pode mais fusionar ou fissionar, que suas medidas colossais ultrapassam a força gravitacional os mantendo juntos... e então... ele explode.
A radiação expelida pela supernova é tamanha que, brevemente, a luz produzida desta radiação pode eclipsar as luzes de sua galáxia inteira. Neste breve período de tempo, algumas supernovas podem irradiar a quantidade de energia esperada que o Sol irradie durante toda sua existência. O material explodido forma uma nuvem de pó e gás presentes ao redor, no meio interestelar.
Nebulosa do Caranguejo. Esta nebulosa foi formada pelos resquícios do pó e gás espalhados por uma Supernova. A luz emitida por essa nebulosa atingiu a Terra por volta de 1054 D.C. |
Concepção artística (fonte: NASA) de Supernova |
Resquícios de uma Supernova na galáxia Grande Nuvem de Magalhães |
No entanto, mesmo apesar de um fim tão drástico como na Supernova, ou de uma forma relativamente estática como na Anã Branca, nada realmente é muito definitivo neste universo onde é a ordem que luta desesperadamente para acalmar o Caos. Mesmo o que parece o fim, pode se desencadear em mais facetas do desconhecido.
Estados do Fim do Tempo: Novas, Anãs Negras, Estrelas de Neutrons, e Buracos Negros
Mesmo no fim de alguns processos, como a explosão da Supernova e a estabilização da Anã Branca, o Universo continua a mutar seus componentes.
As Anãs Brancas, agora objetos estáveis, estão sujeitas à interferências de corpos celestes próximos, como Anãs e Gigantes Vermelhas. Pode ocorrer, por vezes, doação de hidrogênio de uma destas para uma Anã Branca, quando próximas o suficiente. Se lembrarmos, as Anãs Brancas são estrelas que já esgotaram seus estoques de Hidrogênio. Quando o Hidrogênio é readquirido, reações de fusão podem acontecer na superfícia da Anã Branca. São as Novas.
Para as Anãs Brancas que assim são por muito tempo, algumas situações hipotéticas são imagináveis. Entre elas, há a situação de se tornar uma Anã Negra, onde se tornará tão opaca e inerte que já não produzirá luz. Por fatores de tempo estimado para tal acontecimento, ainda não é possível que tal fato tenha acontecido no universo ainda.
No entanto, supernovas geralmente deixam resquícios do que anteriormente foram, e estes tornam-se acontecimentos surpreendentes, como Estrelas de Neutrons e Buracos Negros.
Quando uma supernova deixa um corpo com massa relativamente baixa, provavelmente se tornará uma estrela de neutrons. Nesta estrela, os eletrons (partes negativas do átomo) se agregam aos protons (partes positivas do átomo), formando partículas um pouco mais pesadas que protons e eletricamente neutras, os neutrons.
Concepção artística de uma Estrela de Neutrons |
No entanto, se a massa do objeto resultante da Supernova for grande o suficiente, sua densidade pode ser tão grande, mas tão grande, que a física universal pode não dispor de mecanismos para equivaler as forças. Neste ponto, o espaço-tempo quebra. Como um ralo em uma pia, mas de fato, uma rachadura na realidade, de onde não há volta, nem mesmo para a luz (por isso denominado "buraco negro", pois nem luz que é absorvida pode ser transmitida de volta). Isto pode não soar estranho, mas significa que a gravidade do buraco negro influencia diretamente na luz, o que não acontece na física do universo conhecido.
Construção gráfica da vista de um Buraco Negro, na galáxia Grande Nuvem de Magalhães |
Dentro do buraco negro, informação não pode ser mantida, do ponto de vista do universo. Não sabemos, atualmente, qual é a física que impera no interior da estrutura. Uma continuação muito estranha, do que um dia foi a própria personificação da matéria.
Pequenas outras imagens de viagem do universo:
Um novo tipo de explosão estelar foi descoberto, faz pouco tempo, que se referia ao encontro de duas estrelas... era a Nova Vermelha Luminosa.
Nova Luminosa Vermelha, com duas Gigantes Vermelhas (?) ao centro e a poeira espalhada pelo impacto |
Rastro de poeira e gelo deixado pelo cometa, iluminado pela estrela Sol |
Anéis Planetários, como os Anéis de Saturno, são formações de gelo e pó, que circundam certos astros presos por força gravitacional. Sempre se acreditou que anéis planetários se dissipassem rapidamente (para padrões galácticos), mas hoje se tem evidências de que podem ser muito antigos, como os de Saturno, que hoje supõe-se terem sido formados logo nos primórdios do sistema solar.
Anéis de Saturno, com seu satélite Mimas, abaixo |
Obrigado por voar com nossas Linhas Espaciais
Travem os cintos de segurança de seus cérebros novamente, pois estamos pousando. Enquanto esperamos a aterrisagem, uma palavra para créditos, menções e considerações.
Ufa, a vocês que acompanharam todo o trajeto, obrigado pela paciência, imagino que deva ser bem difícil e cansativa a viagem, mas espero que tenham aproveitado bastante (de fato, fazê-lo foi extremamente cansativo, mas muitas vezes mais prazeiroso). Algumas consideraçõe cabem:
Ao Universo:
O universo é muito mais do que todos nós seres humanos juntos poderemos caracterizar. Este texto é apenas uma tentativa de mostrar de relance quão maravilhoso ele é. As informações contidas aqui podem não ser verdadeiras, tanto pela ciência que ainda tem muitas coisas para descobrir tanto como por mim, que durante minha pesquisa posso ter sido burro e não entendido uma porção de coisas. Por isso, eu me desculpo.
Aos detentores dos direitos das imagens:
Ao final do post seguirão links interessantes sobre onde conseguir mais informações. Eu acredito realmente estar quebrando um ou mais direitos de distribuição de fotos aqui. Para os verdadeiros donos das imagens, antes de me processar, venha falar comigo, para que possamos trocar as imagens ou então creditá-las para que talvez possam entreter algumas mentes em busca do cosmos. A maioria das fotos é propriedade da NASA, National Geographic e Comissão de Controle do Hubble. Links lá embaixo. Ah... e muito obrigado.
Aos acadêmicos:
Ó, informação aqui pode ter sido ocultada, mudada, inventada ou mal interpretada, intencionalmente ou não. Se quiser vir encher o saco, sinta-se a vontade, mas lembre-se de que o fim desta publicação não é científico.
Aos leitores do blog:
Desculpem o tamanho e a confusão do post, é porque falar sobre o universo e ser rápido e sucinto é difícil pacas. Espero que gostem.
Um recado dos nossos patrocinadores:
A pesquisa das informações foi feita por mim em sites em inglês. Não mentirei quando disser: a base da minha pesquisa foi a wikipedia em inglês. Abaixo estão alguns links para lugares onde você pode obter mais informações cósmicas:
Estrela - Wikipedia (inglês) Esta foi a espinha dorsal da minha pesquisa. Na barra da esquerda você acha para outras línguas. Entre outras páginas da Wikipedia, você pode procurar: Black Holes, Stellar Black Holes, Supernova, Red Giant, White Dwarf, entre outras.
NASA (inglês) Eu sei que está em inglês, mas este site é indispensável se você quiser saber mais sobre o universo. Muitas imagens e wallpapers em alta qualidade para baixar e informações extremamente interessantes. Vale a pena aprender inglês só pra entrar neste site.
Telescópio Hubble (inglês) Sente-se e explore muitas e muitas fotos do universo. Só cuidado para não ficar muito entretido e morrer de inanição. Site incrível, você precisa dar uma olhada.
Discovery Channel Brasil - Universo Em português, corre atrás, vai lá. National Geographic também tem alguma coisa.
Google Se não tem no Google, não existe. Meta as caras.
Se você tiver uma outra boa sugestão, compartilhe, ficarei feliz em postá-la aqui.
Bom, então é isso...
Espero que tenham curtido,
Até a próxima